Freguesia de São Martinho – Funchal
Nos tempos primórdios da colonização e antes da criação desta freguesia, os terrenos que atualmente fazem parte desta pertenciam à paróquia da Sé.
Depois passaram a fazer parte da de São Pedro, donde se desmembraram no ano de 1579.As terras circunvizinhas do primeiro núcleo de população que se formou no Funchal foram sujeitas a uma imediata exploração agrícola, tendo-se organizado diversas fazendas povoadas com as suas capelas primitivas, que deram inicio às novas e futuras paróquias.Assim sucedeu em São Martinho.
Havia uma fazenda e uma capela com este nome, pertencentes a Afonso Anes, sendo nela que se estabeleceu a sede da paróquia, criada pelo alvará régio de 3 de Março de 1579. Mais tarde, foi erguida a nova igreja sendo, no século XIX, iniciado a sua construção.
O Código Administrativo aprovado em 1878 ficou definitivamente estabelecido a existência de uma estrutura de poder abaixo do município, fazendo-a coincidir com a área da circunscrição religiosa, daí ficar conhecida como paróquia civil. Com a lei nº. 621 de 23 de Junho de 1916 passou a designar-se de freguesia.
A freguesia, tal como hoje a conhecemos, uma vez que se consolidou a designação de paróquia para a estrutura religiosa, surge apenas com a nomenclatura actual em 1878. Perante a situação não é fácil encontrar uma data individualizada para a evocação de cada uma das freguesias, que surgiram como resultado da reforma administrativa de 1878.
São Martinho, freguesia que pertencente ao concelho do Funchal, com área de setecentos e oitenta e dois hectares, é composta pelos sítios de Ajuda, Areeiro, Igreja, Nazaré, Pico de São Martinho, Piornais, Quebradas, Virtudes, Amparo, Casa Branca, Lombada, Pico do Funcho, Pilar, Poço Barral, Vargem e Vitória.

Delimitações
A freguesia de São Martinho faz fronteira com as freguesias de Santo António a Norte, São Pedro e Sé a Este, o concelho de Câmara de Lobos a Oeste e o Oceano Atlântico a Sul.
Descrição pormenorizada: começa, a Norte, no cruzamento do Beco dos Ausentes com o caminho do Pilar, seguindo pelo eixo deste, pelo do caminho do Poço Barral e pelo do caminho das Voltas até à Ribeira dos Socorridos; Sul, o mar; Leste, do Pilar e do eixo deste em direcção ao cruzamento com o Beco dos Ausentes; Oeste, desde a foz da Ribeira dos Socorridos, seguindo a linha de água desta até o cruzamento com o caminho do Pinheiro das Voltas.

Orago
O Orago desta bela freguesia é São Martinho, cuja festa se celebra a 11 de Novembro.

Martinho de Tours
São Martinho de Tours era filho de um Tribuno romano. Nasceu e cresceu na cidade de Sabaria, Panónia (actualHungria), em 316, sob uma educação cristianizada e, aos 10 anos de idade, entrou para o grupo dos catecúmenos(aqueles que estão se preparando para receber o batismo).
Aos 15 anos de idade, e contra a própria vontade, teve de ingressar no exército romano e dirigir-se para a Gália (região na atual França).
Aos 18 anos abandonou o exército pois ocristianismo não comportava mais suas funções militares.
Foi baptizado por Hilário, bispo da cidade de Poitiers.

A Lenda
Segundo a lenda, quando era ainda soldado, ocorreu o que tornou São Martinho de Tours conhecido em todo o mundo. Ao entrar pelo portal da cidade de Amiens, montado em seu cavalo, deparou-se com um pobre homem praticamente sem roupas (era um Inverno especialmente rigoroso), e ao ver que ninguém ajudava o mendigo, mesmo pessoas com muito mais posses que ele, tentou ajudá-lo a se proteger do frio congelante, para isso cortou a sua manta militar ao meio, e ofereceu o pedaço ao homem.
Na mesma noite teve uma visão na qual vislumbrou a face de Cristo, que estava vestindo a manta dada ao mendigo, e assim São Martinho creu que aquele a quem ajudara fora ninguém menos que Jesus Cristo.
Bispo
São Martinho tornou-se Bispo da cidade francesa de Tours em 371 por aclamação popular, pois pessoalmente preferia ter recusado o cargo.
Diz a lenda que S. Martinho se escondera durante a votação em uma baia de cavalos, mas uma horda de gansos acabou com seu esconderijo.
É por causa dessa lenda que se tornou tradição o ganso como prato oficial da comemoração de S. Martinho.
Ele era muito querido pela população e é dito ter sido operador de algumas maravilhas.
O dia da sua comemoração é 11 de Novembro, dia da festa em sua homenagem.
Armas
Escudo de cor púrpura, monte de ouro entre dois pés de cana-de-açúcar de prata, arrancados do mesmo e movente de um pé de ondeado de prata e verde; em chefe, ganso de prata, animado, bicado e sancado de vermelho.
Coroa de mural de prata de três torres. Listel branco com a legenda a negro “S. MARTINHO – FUNCHAL”.
Bandeira
De branco, cordões e borlas de prata e púrpura. Haste e lança de ouro
- A cor púrpura do campo do escudo representa o vinho que está associado às festas celebradas a 11 de Novembro, dia do Orago da freguesia, São Martinho.
- As canas-de-açúcar de prata, apostas no campo do escudo, evocam a exploração da cana sacarina desde 1579 (inicio da cultura nos terrenos da freguesia).
- A escolha do Ganso deve-se à ave já estar figurada num livro da Confraria de São Martinho, erecta na igreja desta freguesia, desde 1579.
- O pé do escudo, ondulado de prata e verde, simboliza o oceano Atlântico que banha a longa orla marítima da freguesia, excelente zona balnear.
- O monte de ouro representa os peculiares picos arredondados, de São Martinho.
- A coroa mural de prata com três torres é a que está estabelecida para a categoria de freguesia.